A baixa cobertura vacinal contra a gripe no Litoral Norte do Rio Grande do Sul tem preocupado autoridades de saúde.
Conforme dados divulgados pela 18ª Coordenadoria Regional de Saúde, pouco mais de 30% da população prioritária buscou a imunização até o momento, índice considerado alarmante diante da meta nacional de 90%, especialmente para crianças, gestantes e idosos.
No município de Osório, um dos principais da região, o cenário é igualmente preocupante.
De acordo com o último levantamento, apenas 41,21% do público prioritário foi vacinado. Para a enfermeira Adriana Lopes Ends, responsável pela imunização na 18ª Coordenadoria, a baixa adesão contrasta com a boa disponibilidade de vacinas.
“A vacinação foi liberada para o público em geral justamente porque temos vacinas em quantidade suficiente. Mas a procura segue muito baixa”, lamenta Adriana.
Diante do desafio, municípios têm adotado estratégias alternativas para alcançar a população. Algumas cidades estendem o horário de atendimento nas unidades de saúde e levam as doses a pontos estratégicos, como escolas, centros comunitários e feiras. Adriana destaca que a responsabilidade por essas ações é municipal.
Em Osório, por exemplo, mesmo com a liberação da vacina para o público em geral na quinta-feira (15), as doses só começaram a ser aplicadas na segunda-feira (19), como forma de reforçar a campanha junto ao público prioritário.
A enfermeira também fez um alerta sobre a importância da imunização, especialmente em um período de instabilidade climática, quando doenças respiratórias tendem a se intensificar. “Esse é um momento em que a população precisa estar protegida contra a influenza. A vacina é segura e eficaz”, ressalta.
Adriana também alertou para os riscos da desinformação, mencionando boatos de que a vacina contra a gripe estaria sendo misturada com a vacina da COVID-19, o que não é verdade. “A gente tem que lutar contra tudo isso”, disse, referindo-se às fake news que contribuem para a hesitação vacinal.
Lucas Filho